segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Resenha | Sob a luz da lua

Sob a luz da lua
Autora: Andrea Cremer.
Tradução: Flávia Neves.
Páginas: 462.
ISBN: 9788501090478.
Editora: Galera Record.
Capítulo do livro
Skoob

Sinopse:

A protagonista Calla Thor não é uma menina normal, e sempre soube que seu destino seria se unir a Ren Laroche, sendo sua fiel companheira até o último dia de suas vidas. Só que Calla, assim como Ren, é tão humana quanto loba. Alfa dos Nightshades, ela é responsável pelo bem estar e segurança dos outros integrantes de seu grupo e deve obediência aos Defensores, feiticeiros que vigiam os humanos desde tempos imemoriais. Tudo estaria a salvo se não fosse Shay Doran, um misterioso humano que faz Calla transgredir as severas leis que regem seu mundo e colocar em risco não só a sua vida, mas a de todos aqueles que ama.

Olá, leitores. Hoje eu vou falar sobre o livro Sob a luz da lua que ganhei numa das promoções do blog Psychobooks. Sim, é possível ganhar promoção em blog grande haha. Como eu comentei na resenha no Psychobooks, a temática sobrenatural envolvendo lobo/lobisomem não é lá a minha cara. Mas acabei gostando bastante desse livro.

Calla Thor, muitas vezes chamada somente Cal, é a alfa dos Nightshades e desde seu nascimento está destinada a se unir ao alfa dos Banes, Renier Laroche. Os dois nasceram no mesmo dia e sua união aconteceria no dia 31 de outubro, que para os lobos é o dia do Simhain. Os lobos são os Guardiões, submetidos às vontades dos Defensores, feiticeiros que provém tudo de que eles necessitam para viver. Os lobos protegem a floresta e a montanha dos Inquisidores que há muito foram derrotados após um massacre.

Em uma de suas patrulhas pela montanha, Calla acaba salvando um jovem da morte e infrigindo uma grave lei que rege seu mundo: nunca se revelar como lobo. Mal sabia Calla que aquela não seria a última vez que o veria. E que aquele garoto teria uma importância tremenda em seu mundo.

A narrativa é feita em primeira pessoa pelo ponto de vista de Calla. Eu normalmente não gosto de narrativa em primeira pessoa, pois para mim limita muito a visão do mundo que o autor propõe. Mas a autora soube mostrar tudo muito bem pelos olhos de Calla. Sua confiança nas leis dos Defensores, seu papel como Guardiã, a adolescente algumas vezes insegura e arisca.

Eu gostei bastante da Calla. Apesar de ser somente uma adolescente, ela é bem madura. Claro, ela é a alfa de seu grupo e se espera que ela tenha uma certa maturidade. No entanto, ser a alfa fêmea tem seus contras: as mulheres devem ser submissas às vontades dos alfas machos, mesmo que a fêmea tenha um marido. Achei, desculpem a piada, de uma cachorrice tremenda o que Emile, o pai de Ren, fez quando visitou a casa de Calla naquele dia crucial após os acontecimentos na caverna. 

Não me simpatizei muito pelo Shay. Achei seu comportamento muito infantil em vários pontos da história. Não consegui imaginá-lo como um adolescente de dezessete anos. O irmão mais novo de Calla me pareceu não maduro mas muito mais condizente com alguém de dezessete que quinze anos. A única coisa que gostei no Shay é que ele gosta de ler e pelos mesmo motivos que eu haha.

"– Nunca fiz muitos amigos, ou ao menos amigos íntimos. Acho que por isso leio tanto. Os livros são meus verdadeiros companheiros." Pág. 128.

Apesar do Ren fazer, literalmente, o tipo cachorro fui mais com a cara dele. Fazendo uma analogia, o Ren seria o jogador de futebol popular e o Shay o nerd. Ao Ren é permitido ter todos os relacionamentos que bem entender, mas Calla deve ser uma dama. Opressão feminina? Sim, é uma das coisas que há no livro. Mas apesar disso, Calla não consegue disfarçar que Ren mexe com ela.

"Os dedos de Ren acariciavam minha pele em círculos. Seus toques sutis causavam pequenos choques pelo meu corpo. Fechei os olhos, tentando acalmar o coração que estava em um ritmo perigosamente acelerado. Por que isso acontece quando ele me toca?" Pág. 107.

Achei bem ousado da autora acrescentar um casal gay à história, mas não é novo ter gay em história sobrenatural. Em Instrumentos Mortais também há. A diversidade, por assim dizer, não é bem vista no mundo dos lobos. Então, eles sofrem preconceito e bullying.

A capa do livro é muito bonita, com o título em alto relevo e um detalhe de uma gota de sangue correndo dele. O trabalho gráfico interno é bem simples. A fonte tem um tamanho ótimo para leitura. Quem já leu a série Fallen ou até mesmo Instrumentos Mortais pode ter uma ideia do que digo. Todos os capítulos são encimados por um delta/triângulo invertido, que em certa parte tem a ver com a história. A partir do segundo capítulo, todos eles começam com uma folha limpa e uma com o sumário: "dois", "três", "quatro"... Eu não entendi muito bem por que a editora resolveu traduzir o nome do livro para "Sob a luz da lua", pois na história nos é explicado por que as pessoas podem se transformar e voltar a forma humana à vontade.

A leitura do livro flui muito, muito bem. Quando você percebe, já leu boa parte do livro. São poucas as histórias que conseguem me fazer querer chegar logo ao final. Bem, e sobre o final confesso que fiquei procurando mais páginas para ler porque não queria que tivesse terminado logo! Juro para vocês que fiquei esfregando a última página achando que as folhas estavam grudadas. Recomendo muito a leitura do livro para quem se interessa por assuntos sobrenaturais, com alguns momentos de ação e um triângulo amoroso sensual e, pelo menos para mim, nada piegas. Mas lembrem-se que é uma série e o segundo livro, Wolfsbane, deve demorar um pouco para chegar por aqui.

"Gostava daquele humano esquisito. Sua visão de mundo pertubadoramente despreocupada e sua indiferença sobre certas normas eram bem-vindas no mundo opressivamente fechado ao qual eu pertencia." Pág. 148.
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