segunda-feira, 28 de maio de 2012

Resenha | Bela Maldade

Bela Maldade
Autora: Rebecca James.
Tradução: Maria Luiza Borges.
Páginas: 302.
ISBN: 9788580570816.
Editora: Intrínseca.

Sinopse:

Após uma horrível tragédia que deixou sua família, antes perfeita, devastada, Katherine Patterson se muda para uma nova cidade e inicia uma nova vida em um tranquilo anonimato. Mas seu plano de viver solitária e discretamente se torna difícil quando ela conhece a linda e sociável Alice Parrie. Incapaz de resistir à atenção que Alice lhe dedica, Katherine fica encantada com aquele entusiasmo contagiante, e logo as duas começam uma intensa amizade. No entanto, conviver com Alice é complicado. Quando Katherine passa a conhecê-la melhor, percebe que, embora possa ser encantadora, a amiga também tem um lado sombrio. E, por vezes, cruel. Ao se perguntar se Alice é realmente o tipo de pessoa que deseja ter por perto, Katherine descobre mais uma coisa sobre a amiga: Alice não gosta de ser rejeitada...

Olá, leitores! Hoje a resenha é de um livro que eu estava querendo ler há meses e comprei tem pouquíssimo tempo por um preço bem em conta. Dica: Buscapé ou Shopping UOL para pesquisar preço. Dica 2: o frete do Walmart é mais barato que do Submarino, Saraiva e etc. Vamos ver o que eu achei do livro?

A primeira coisa que me chamou a atenção neste livro não foi a capa, por mais incrível que possa parecer. Foi aquela frase que encabeça a capa: "A amizade pode ser mortal". Qualquer livro que fale sobre amizade já gera em mim uma vontade de lê-lo. Em Bela Maldade, somos apresentados a Katherine, uma adolescente de dezessete anos que passou por uma tragédia terrível na sua vida e que quer recomeçar num novo lugar em que as pessoas não liguem seu nome ao escândalo que a imprensa anunciou a torto e a direito nos últimos tempos.

“(...) Estou me escondendo, sei disso, estou sendo covarde, mas neste exato momento preciso ser invisível, ser o tipo de pessoa que não desperta nenhuma curiosidade.”
Pág. 10.

Quando Alice entra em sua vida, Katherine começa a pensar que talvez tenha tomado a decisão certa. Ela começa a se sentir querida novamente, a achar que tem amigos quando Alice a apresenta a Robbie e outras pessoas, aos poucos, vão aparecendo. No entanto, alguns comportamentos de sua mais nova amiga começam a deixar Katherine intrigada. Ela só não esperava que Alice fosse à forra quando se sentia deixada de lado.

Alice é uma garota muito bonita e bastante popular, na escola. Ela poderia ter qualquer pessoa como amiga. Mas Alice também é uma personagem terrível, capaz de descartar os outros após fazer com que se sintam apaixonados, atraídos pelo tipo que ela representa. Outras atitudes de Alice fazem com que sintamos vontade de entrar literalmente no livro e dizer umas poucas e boas para ela. E, mesmo assim, ela ainda possue a incrível habilidade de fazer com que os outros questionem a integridade deles mesmos quando ela, Alice, é posta contra a parede por causa de suas ações. Imagina que você não fez nada de errado, mas acaba se sentindo um lixo de pessoa após conversar com ela.

Um personagem que gerou empatia imediata foi o Mick, baterista e irmão de Philippa. Ele é aquele tipo de cara capaz de elevar a moral de qualquer pessoa que esteja para baixo e de sacar qual é a de outras tão rapidamente quanto possível. Mick dá um toque de humor e é bastante carinhoso com a pessoa que ele gosta. Ele é completamente diferente do Robbie que, na minha honesta opinião, é completamente apagado, passivo e insosso. O cara só fica na sombra, esperando e quase nunca agindo. Neste caso, acho que somos bastante parecidos e isso, acreditem em mim, é assustador. Mas diferente dele, eu não seria tão panaca a ponto de fazer o que ele faz após a festa de aniversário no bar.

“(...) Eu era simplesmente um estorvo. E eu não podia culpá-los. Eu sabia que, com minha tristeza, eu puxava as pessoas para baixo. Sabia que ninguém queria pensar sobre morte, assassinato e tragédia... mas não podia escapar disso. Era a minha vida.”
Pág. 126.

Eu senti uma inquietação enorme durante a leitura. A autora conta a história num tempo presente, com Katherine e Sarah, e lembra do tempo com Alice, Robbie, Mick e Philippa; e, também, uma história anterior a essa onde conhecemos o que aconteceu com Rachel. São dois passados e um presente. Apesar do tempo verbal mudar, às vezes dá a impressão de que é tudo a mesma coisa e isso me incomodou bastante, desacelerando a leitura nos momentos mais propícios a engrenar de vez. Achei bastante interessante a motivação de Alice, embora um completo clichê que Katherine "caísse" na mesma escola que ela. O final acaba um pouco aberto e fica por nossa conta imaginar o que aconteceu após o telefonema.

A capa do livro é realmente muito bonita pessoalmente, com as letras brilhantes e que "mudam" de cor conforme você a movimenta e o detalhe fica por conta do arame farpado pela capa completa. Uma mera imagem .jpeg não consegue transmitir com dignidade a mensagem que a capa passa. As páginas são em papel pólen e a fonte bem impressa, fazendo com que a leiamos mais rapidamente.

Apesar de ter esperado um pouco mais e de algumas partes da narrativa terem me incomodado, eu curti o livro. Ele melhora muito na segunda parte, só achei uma pena a autora não ter explorado esse jeito de Alice mais cedo.

“(...) O problema com as palavras é que, por mais que façam sentido, em teoria, elas não conseguem mudar o que sentimos.”
Pág. 247.
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