quinta-feira, 18 de abril de 2013

Artigo | Coisas que não vão embora

Há muito tempo que eu não posto nenhum artigo e estava sentindo falta de falar sobre alguma coisa aqui. Hoje eu resolvi falar sobre como a gente quer o conforto de coisas que não vão embora e como elas podem nos deixar felizes ou conformados. Ou, por que não, apáticos. Mas, independente do que se sente, há sempre uma fagulha de esperança em algum lugar que a gente tenta manter acesa para acreditar que coisas boas também são prováveis de acontecer. 


"(...) Algumas pessoas não sabem se apaixonar. É como não saber nadar. Elas ficam em pânico quando mergulham. Depois aprendem."
Encantos do Jardim, página 151.

Eu fico pensando, durante certas leituras, se existe alguém para cada pessoa neste mundo povoado por milhões de outras. Dizendo assim, a resposta mais óbvia é que não é possível que, dentre tantas opções, não exista alguém compatível com a natureza de cada um.

Mas aquela sensação terrível de que você será uma daquelas pessoas desafortunadas que passam a vida sozinha domina o corpo e a mente. E o tempo passando tão rapidamente deixa tudo mais desesperador. Será que seremos homens e mulheres que viverão para ver a felicidade alheia? Casais namorando, tendo seus filhos, criando laços, compartilhando histórias, brigando e se reconciliado? Veremos tudo como meros expectadores, imaginando como é mas sem nunca chegar a saber?

"(...) Tentando fazer você feliz, impedi que você descobrisse como conseguir isso sozinho. Tentando dar felicidade a você, perdi a minha,"
Encantos do Jardim, página 139.

Falando de mim, acho que eu tenho medo de me entregar, não que tenha aparecido alguém para fazê-lo. Pelo menos, eu ainda não notei. É um medo por antecipação, sabe? Durante todos esses anos, eu me acostumei a me aproximar das pessoas e ser abandonados por elas. E acabei criando essa muralha em torno dos meus sentimentos para me proteger. Vocês dificilmente me verão manifesta o quanto gosto de uma pessoa por aí. Assim como Clarie, acredito que eu gosto da segurança de saber que quem está comigo não irá me abandonar. E abandono é mais do que apenas largar de lado, é também ignorar sentimentos, vontades e desejos. Indiferença. Às vezes, eu mesmo me abandono mas sempre volto para mim mesmo.

Gosto de coisas que não vão embora. Um livro que eu sempre poderei ler, um vídeo que me emocionou e eu tenho guardado no computador para assistir e lembrar que não devo ser tão frio quanto pareço. Uma música para me animar e lembrar que eu ainda posso me empolgar com bobas e pequenas coisas.

"Quem sabe o que traz o futuro? Talvez um coração partido, talvez um diamante puro."
Encantos do Jardim, página 156.


Image Hosted by ImageShack.us
Image Hosted by ImageShack.us