quarta-feira, 3 de abril de 2013

Resenha | Ecos da Morte

Ecos da Morte - The Body Finder #1
Autora: Kimberly Derting
Tradução: Rita Sussekind.
ISBN: 9788580570809.
Páginas: 272.
Editora: Intrínseca.
Capítulo do Livro
Skoob

Sinopse:


Violet Ambrose tem dois problemas – o dom mórbido e secreto que carrega desde a infância e Jay Heaton, seu melhor amigo, por quem está apaixonada. Aos dezesseis anos e confusa com os novos sentimentos em relação a Jay, ela começa a ficar cada vez mais incomodada com sua estranha habilidade – Violet encontra cadáveres. Desde pequena ela percebe os ecos que os mortos deixam neste mundo. Ruídos, cores, cheiros. Mas não todos, apenas os das vítimas de assassinato. Para ela, isso nunca foi um grande talento. Na maioria das vezes, tudo o que encontrava eram pássaros mortos, deixados para trás pelo gato da família. Mas, agora que um serial killer está aterrorizando a pequena cidade onde mora e os ecos das garotas assassinadas a perseguem dia e noite, Violet se dá conta de que talvez seja a única pessoa capaz de detê-lo. Em pouco tempo ela estará no rastro do assassino. E ele, no dela.

Sabe aqueles livros que você não esperava muito e acaba se surpreendendo com a história? Ecos da Morte foi assim para mim. Desde que eu participei do evento de lançamento, quando ainda tínhamos uma livraria no Espírito Santo para nos receber, eu fiquei curioso a respeito dessa história.

O livro conta a história de Violet Ambrose, uma garota que tem o dom de encontrar criaturas assassinadas através dos ecos que seus corpos emitem. Um eco da morte pode ser um gosto, um cheiro, alguma energia emitindo cor, um som ou uma mistura de diversas sensações. Quando pequena, ela encontrava pequenos animais assassinados por predadores ferozes e os enterrava para que pudessem descansar. Era o único modo de acalmar os ecos. Mas quando tinha oito anos, Violet foi atraída por um eco que a levou a encontrar o corpo de uma outra menina.

O eco, qualquer que fosse para aquela criatura específica, também se ligava ao responsável pela morte - e marcava eternamente o assassino.
Página 30.

A gente espera que a autora desenvolva a história a partir desse dom de Violet, mas ela não volta a tocar no assunto até depois da página 50. Conhecemos, agora, a Violet adolescente que está indo para seu terceiro dia de aula ao lado de seu melhor amigo, Jay Heaton. Os dois eram amigos desde os 6 anos, quando o garoto se mudou para Buckley, a cidade em que a história se passa, e sua amizade começara quando Violet o desafiara a beijar Chelsea Morrison, dizendo que seria sua amiga se ele o fizesse. Chelsea é a amiga mais próxima de Violet, com quem ela pode fazer tudo o que não poderia com Jay. Chelsea tem uma atitude bem "falo mesmo", tão discreta quanto uma britadeira. As participações dela são poucas, mas é uma personagem que eu gostei bastante. 

As transformações físicas de Jay, do garoto desajeito e infantil para um homem, fazem com que ele passe por assédios das meninas da escola que nunca antes o reparavam. Isso deixa Violet bastante insegura. Ela se sente confusa em relação aos seus sentimentos: ainda são melhores amigos ou a linha da amizade foi cruzada e não há mais volta? Gostei de como o relacionamento dos dois foi mostrado e, apesar do clichê, ao contrário do que vinha acontecendo em outros livros em que eu não ia com a cara dos "mocinhos", eu fiquei torcendo para eles darem certo.

Melhor amigo. A expressão agora parecia muito estranha, tal qual um tênis velho e confortável, que antes praticamente se amoldava ao formato de seu pé, mas depois passou a machucar a cada passo, porque já não servia mais.
Página 13.

O livro pode incomodar algumas pessoas que esperarem uma coisa mais detetivesca da parte de Violet - tipo ela encontrando os mortos e indo em busca de seus carrascos. Eu mesmo tinha essa ideia antes de lê-lo e ela é um pouco desenvolvida por conta da série de assassinatos que estão acontecendo. Várias garotas começam a ser mortas e ninguém sabe quem poderia estar por trás dos crimes, mas é somente quando a morte se aproxima da escola de Violet que a garota resolve se envolver e ajudar por conta própria.

A narrativa é fluída e ágil, em terceira pessoa pelo ponto de vista de Violet e, em alguns momento, pelo do assassino. O tom de suspense que Kimberly coloca nas partes em que o assassino planeja pegar suas vítimas são de tirar o fôlego, são deliciosamente angustiantes. Não, eu não tenho um lado psicopata. Mas a gente torce até o último minuto para alguém aparecer e estragar os planos do assassino. Sabem aquelas cenas de filmes em que a mocinha é perseguida dentro da floresta, vê luzes mais a frente e acelera a corrida tentando escapar de seu carrasco? Tem um momento em que a autora cria um conflito tão "OMG" e "PQP" que eu tive de parar a leitura e torcer desesperadamente para não ser o que eu estava pensando. E essa não foi a única vez.

É o tipo de livro viciante em que você terminará um capítulo querendo passar logo para o próximo. Recomendo muito!

Violet não iria mais aguardar que outra pessoa encontrasse o psicopata que estava matando as garotas. Faria alguma coisa, mesmo que, para conseguir, tivesse de agir na surdina.
Página 96.

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