quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Resenha | A luz entre oceanos

A luz entre oceanos
Autora: M. L. Stedman.
Tradução: Geni Hirata.
ISBN: 9788532528230.
Páginas: 368.
Editora: Rocco.
Skoob

Sinopse:

Romance de estreia da australiana M. L. Stedman, A luz entre oceanos alcançou as principais listas dos mais vendidos do mundo, incluindo o cobiçado ranking do The New York Times, onde permaneceu por mais de quatro meses. Escrito por uma advogada que aborda os limites da ética e os dilemas morais sob diferentes pontos de vista, o romance conta a história de Tom Sherbourne, faroleiro de uma ilha isolada na costa oeste da Austrália, e sua mulher, Isabel. Impedidos de ter filhos, a vida do casal sofre uma reviravolta quando um barco à deriva aporta na ilha. Publicado em 25 países, A luz entre oceanos é um livro emocionante sobre perdas trágicas e escolhas difíceis, sobre a maternidade e os limites do amor.

O que você faria se aquilo que você mais quisesse na vida aparecesse de repente para você? Essa pergunta pode resumir a história de A luz entre oceanos. Mas o livro também fala sobre vários outros assuntos decorrentes da decisão de um casal que vive isolado numa ilha, com visitas ao continente bem esporádicas.

As correntes traziam todo tipo de coisas: destroços de naufrágios e cargas de navios lançadas ao mar giravam como se estivessem entre dois propulsores iguais; restos de madeira, baús de chá, barbatanas de baleias. As coisas surgiam ao seu próprio tempo, a seu próprio modo.
Página 11.

Tom Sherbourne vive com a esposa Isabel numa ilha australiana chamada Janus Rock. Ele é um faroleiro, encarregado da manutenção do farol da ilha. Entre várias obrigações que ele tem, ele precisa registrar tudo e qualquer coisa, por mais simples que seja, que ocorre em Janus Rock. Mas no dia do milagre, um barco à deriva aporta com um homem morto e uma bebê viva dentro.

A história é dividida em três partes. Na primeira, descobrimos como Tom, sobrevivente da guerra, foi parar no farol e conheceu Isabel. Também somos apresentados a personagens que serão bastante importantes mais para frente. Na segunda, é quando retomamos o que vimos no prólogo: a chegada do barco e as escolhas que eles fazem em relação ao bebê. Vemos o debate interno de Tom entre ser honesto e fazer algo completamente impensável. E na terceira, acompanhamos o peso do segredo que eles tentam guardar. Com o passar dos anos, Tom sente culpa pois acredita que seus momentos de felicidade ao lado de Lucy, como resolveram chamar a bebê, são às custas da felicidade da mãe verdadeira dela. Isabel, por sua vez, acredita que não fizeram mal ao cuidar da criança e que já se tornara tarde demais para informar sobre o que acontecera naquele dia. Mas não façam um julgamento errado de Isabel, ela teve alguns momentos bem complicados na vida.

- Sua família nunca está no seu passado. Você a carrega consigo aonde quer que vá.
Página 53.

O livro é narrado em terceira pessoa pelo ponto de vista de vários personagens, mas com  foco, claro, em Tom e Isabel principalmente. A revisão está bem feita; as páginas são de papel pólen e a fonte é bem firme. Uma coisa que eu estranhei muito foi o formato 16x23, pois a Rocco normalmente tem por padrão 14x21 - o tamanho dos livros de Harry Potter.

A construção da história me lembrou bastante o jeito do Nicholas Sparks contar as histórias dele. A autora nos apresenta a história pregressa dos personagens e depois nos joga no conflito e nas consequências das ações das escolhas que eles fizeram. Do meio para o final, eu comecei a me indagar se Stedman teria muito mais para contar ou se perderia. Eu sempre achava que ela tinha chegada a um ponto em que não havia abertura para continuar a história e, por faltarem muitas e muitas páginas para o final, pensava que leria uma enrolação sem fim. Porém, eu me enganei em todas as vezes e fui surpreendido. 

Eu não conseguia pensar num final que essa história poderia ter. Imaginei algumas possibilidades, mas por incrível que pareça eu não pensei neste final que a autora escolheu. Não foi tão surpreendente, mas bem satisfatório.

(...) Santo Deus, a maneira mais rápida de enlouquecer um sujeito é deixá-lo travar repetidamente suas guerras até consertá-las.
Página 194.
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