sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Resenha | Quando você a viu pela última vez?

Olá, pessoal! A resenha de hoje é do segundo livro da quadrilogia Só perguntas erradas. A primeira pergunta errada foi feita por Lemony Snicket no livro Quem poderia ser a uma hora dessas?, já resenhado aqui no blog.

Quando você a viu pela última vez? - Só perguntas erradas #2
Autor: Lemony Snicket.
Tradução: André Czarnobai.
Editora: Seguinte.
Páginas: 272.
ISBN: 9788565765046.
Skoob

Sinopse:
Ainda na cidade de Manchado-pelo-mar, o jovem aprendiz Lemony Snicket terá mais um caso para resolver junto com sua tutora, Theodora S. Markson. Desta vez eles foram contratados pela família Knight para encontrar Cleo, a filha desaparecida do casal. A primeira hipótese é a de que ela teria fugido com o circo - mas Cleo era uma química brilhante (e não uma artista) e com certeza teria deixado um bilhete. Então será que ela havia sido sequestrada? As versões das duas principais testemunhas que viram Cleo no dia de seu desaparecimento são divergentes. Ela foi vista pela última vez no mercado Comidas Incompletas ou no restaurante Faminto's? E foi embora de táxi ou em seu carro novinho em folha? Lemony Snicket contará novamente com a ajuda da jornalista-mirim Moxie Mallahan e dos irmãos taxistas Juca e Chico. Mas será que ele desvendará esse mistério? Ou só fará as perguntas erradas mais uma vez?

Tiago, posso ler esse livro sem ler o anterior?

Pergunta errada, pessoal. Diferente de algumas outras séries e book companion, essa série pede uma leitura linear. Isso porque o mistério solucionado no livro anterior é citado algumas vezes no desenrolar desta nova jornada. Praticamente todos os personagens voltam a aparecer e é mais legal acompanhar a leitura deste livro sabendo um pouco sobre o que esperar de cada um deles. Mas não entrem em pânico, Lemony refresca nossa memória para não ficarmos perdidos, como alguém ficou nesta história.

A segunda pergunta errada

Voltamos ao vilarejo de Manchado-pelo-mar, outrora tão famoso por produzir tinta usando polvos. Curiosamente, a herdeira da fábrica responsável pela extração e produção de tinta, Cleo Knight, está desaparecida. Lemony Snicket e S. Theodora Smith - não me pergunte o que o S significa - são chamados para encontrá-la. Logo na mansão dos Knight, eles descobrem uma pista misteriosa: um semibilhete escrito com tinta invisível. Mas por que a herdeira da Tinta S. A. escreveria com tinta invisível tendo toda a tinta de polvo em mãos?

Não importa quantos mistérios lentos e complexos eu encontre na minha vida, ainda espero que um dia um mistério lento e complexo seja resolvido de forma rápida e simples.
Página 43.

A investigação continua logo que eles saem da mansão. Mas ao contrário da obtusa Theodora - obtusa é a palavra para gente não muito esperta -, que tende sempre a achar que a resposta mais lógica é a correta, Lemony fica com a pulga atrás da orelha e parte para uma investigação mais profunda.

Narrativa

Vocês sabem o que eu mais gosto da narrativa de Lemony Snicket? É que ela é gostosa por ser divertida e ágil. A leitura flui tão bem que os capítulos passam num piscar de olhos. Eu não gosto muito de Daniel Handler escrevendo como ele mesmo. A minha experiência de leitura do autor é baseada em Por isso a gente acabou e nos livros de Só perguntas erradas. Eu não cheguei a ler Desventuras em série, embora tenha muita vontade.

(...) Ninguém quer ouvir que você vai fazer o seu melhor. É a coisa errada a dizer. É como dizer 'Provavelmente não vou bater em você com uma pá'. De repente todo mundo fica com medo de que você faça o contrário.
Página 26.

Apesar da narrativa ser leve e prezar pela diversão, Lemony agrega algumas mensagens bem bacanas no desenvolvimento da história. Não é preciso quebrar a cabeça para entendê-las. E eu aconselho vocês a nunca quebrarem a cabeça, pode ser bem difícil colocar os ossos no lugar.

Concluindo

A diagramação segue o padrão do livro anterior, com ilustrações no começo de cada capítulo e, algumas vezes, no meio da narrativa. A capa é texturizada e a folha é pólen. A revisão está bem feita, como é em praticamente todos os livros dos selos da Companhia das Letras.

Eu sou um apaixonado por livros juvenis, não há dúvidas quanto a isso. E sempre sou criterioso na hora de avaliar algum que caia em minhas mãos. Vejo mais do que simplesmente a história propriamente dita. Gosta de analisar como o autor resolveu contá-la, as mensagens que ele pode trazer, se o autor soube aproveitar bem o que idealizou etc, etc. Garanto que minha avaliação para esses elementos está bem em alta. Quem curtiu muito o primeiro livro, com certeza vai apreciar este também.

Por enquanto, a previsão de publicação do terceiro livro, em inglês, é para 2014. E podemos esperar que a Seguinte o trará pouco tempo após a publicação original, já que uma das missões da editora e estar o mais perto dos lançamentos internacionais. Há um conto entre o segundo e o terceiro chamado File under: the 13 suspicious incidents, com previsão também para 2014.

(...) Nós éramos mais como peças de um quebra-cabeça, partes diferentes de uma mesma história. Há pessoas assim aonde quer que você vá, mas não é possível dizer exatamente como vocês se encaixam juntos. O mundo é um quebra-cabeça, e não podemos montá-lo sozinhos.
Página 139.

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