quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Resenha | Enfeitiçadas

Olá, galera! Vou comentar sobre um lançamento da Arqueiro que fala sobre bruxas.

Enfeitiçadas - As Crônicas das Irmãs Bruxas #1
Autor: Jessica Spotswood.
Tradução: Ana Ban.
Editora: Arqueiro.
Páginas: 272.
ISBN: 9788580412307
Classificação: 4/5.
Capítulo do Livro
Skoob

Sinopse:

Antes do alvorecer do século XX, um trio de irmãs chegará a idade adulta, todas bruxas. Uma delas terá o dom da magia mental e será a bruxa mais poderosa a nascer em muitos séculos: ela terá poder suficiente para mudar o rumo da história, para suscitar o ressurgimento do poder das bruxas ou um segundo Terror. Quando Cate descobre esta profecia no diário de sua mãe, morta há poucos anos, entende que precisa repensar seus planos. Qual será a melhor opção: servir a Irmandade, longe dos olhos vigilantes dos Irmãos Caçadores de Bruxas, aceitar uma proposta de casamento que lhe garanta proteção e segurança ou abandonar tudo e viver um grande amor proibido? Prepare-se para se encantar com os jovens pretendentes de Cate, abominar o ódio e a repulsa que os Irmãos dedicam a meninas e mulheres, e aguardar ansiosamente pela sequência de As Crônicas das Irmãs Bruxas.

Ao que tudo indica, livros sobre bruxas e bruxos têm voltado com tudo. Eu mesmo já li e resenhei alguns deles por aqui, como Bruxaria, Maldição e Círculo. No entanto, alguns deles não foram tudo o que eu esperava. As histórias tinham um potencial tremendo e ele não foi tão bem explorado.

A Editora Arqueiro lançou o primeiro livro da trilogia d'As Crônicas das Irmãs Bruxas, Enfeitiçadas, e até o momento é o meu preferido nessa volta ao mundo dos bruxos que estamos vendo no mercado editorial.

Cuidado com a Irmandade, bruxinha

A história de Enfeitiçadas ocorre no final do século IXX, numa Nova Inglaterra governada por uma força religiosa chamada de Irmandade, que chegou ao poder após vencer as bruxas. É uma época em que as mulheres são perseguidas e acusadas de bruxaria, algumas vezes simplesmente por demonstrarem interesse no conhecimento. Para a Irmandade, a boa mulher é aquela que deve ser somente vista e servil, nunca questionadora. Aquelas acusadas de bruxaria são enviadas para um hospício chamado Harwood para serem curadas, mas havia boatos de que algumas nunca mais foram vistas.

Num ambiente desses, ter uma bruxa na família é um risco enorme.Mas na casa dos Cahill há três delas e esse é um perigo maior do que elas podem imaginar.

(...) Faz anos que eu deixei de pensar no que quero. Não tem muita importância. Eu não queria que a Mãe morresse; eu não queria que o Pai se transformasse em uma sombra de seu velho eu; eu não queria a responsabilidade de tomar conta das minhas irmãs. Eu certamente nunca quis ser bruxa para começo de conversa.
Página 16.

Desde que a mãe morreu, Cate, 16 anos, sente que é sua a responsabilidade de cuidar das irmãs mais novas, e até mesmo da casa. Na maior parte do tempo, o pai está ausente do lar por conta do trabalho. Cate conhece os riscos de ser uma bruxa e tenta fazer com que ela e as irmãs passem despercebidas pela Irmandade. Então, num certo dia, ela recebe uma carta misteriosa aconselhando-a a não confiar a ninguém a verdade sobre seus poderes e a procurar pelo diário da mãe, pois lá ela encontrará uma profecia que mudará seu mundo completamente. Por conta dessa profecia, Cate tem de decidir seu futuro o mais rapidamente possível: juntar-se às irmãs da Irmandade - o lado feminino da Fraternidade, por assim dizer -, viver um amor proibido ou viver um casamento que lhe garanta segurança ao lado de um homem para quem seus sentimentos estão bastante confusos.

Narrativa

A narrativa é em primeira pessoa pelo ponto de vista de Cate. Eu não tive dificuldade alguma para visualizar as cenas descritas. Há uma riqueza de detalhes para nos ambientar na época em que a história acontece, como os famosos chás das senhoras da sociedade, vestidos elaborados e mesmo comportamento mais recatado e, em alguns casos, mais enérgicos. Jessica conseguiu criar diálogos incríveis em que os personagens ficam na linha tênue entre derrapar e revelar o que realmente pensam e são. Isso é perceptível principalmente quando uma bruxa conversa com algum dos irmãos.

A capa é bastante bonita, e a da continuação - Amaldiçoadas -, também. Cada começo de capítulo traz uma diagramação de moldura em torno da folha e a revisão está bem feita. Há um excerto do próximo livro no final de Enfeitiçadas.

Concluindo

Apesar do livro ter uma melhora do meio para o final e da narrativa algumas vezes correr mais lentamente, Enfeitiçadas me deixou bastante satisfeito. Existe magia na dose certa e explicação para muitas coisas que em outros livros sobre o tema dessa nova leva deixaram a desejar. O romance não é o foco principal, mas mesmo assim está presente em muitos momentos. A Cate talvez irrite algumas pessoas e suas irmãs provavelmente se sobressairão a ela, mas eu gostei de Cate por tudo o que ela é.

O clímax me deixou muito ansioso pela continuação, porque abriu algumas possibilidades bem interessantes para serem abordadas. Jessica, me surpreenda com Amaldiçoadas!

Na época da Bisavó, a Fraternidade queimava garotas como nós. Claro que temos defeitos, mas eles também têm.
Página 34.
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