quarta-feira, 12 de março de 2014

Resenha | O ladrão do tempo

Olá, galera! 'bora conhecer mais um livro de um dos meus autores favoritos.

O ladrão do tempo
Autor: John Boyne.
Tradução: Henrique B. Szolnoky.
Editora: Companhia das Letras.
Páginas: 568.
ISBN: 9788535923780.
Classificação: 4,5.
Capítulo do Livro
Skoob

Sinopse:

O ano é 1758 e Matthieu Zéla resolve abandonar Paris e fugir de barco para a Inglaterra, depois de ter testemunhado o assassinato brutal da mãe pelo padrasto. Apenas um garoto de quinze anos na época, ele leva consigo o meio-irmão caçula, Tomas, criança que se vê impelido a proteger. Começando com uma morte e sempre em busca de redenção, a vida de Zela é marcada por uma característica incomum: antes que o século XVIII acabe, ele irá descobrir que seu corpo parou de envelhecer. Sua aparência é de um homem de cinquenta anos, mas o tempo passa e seu físico continua imutável. Ele simplesmente não morre e não faz ideia de qual seja a razão para que isso ocorra. Ao final do século XX, ele resolve olhar para o passado e rememorar sua experiência de vida, incomparável à de qualquer outro ser humano. Da Revolução Francesa à Hollywood nos anos 1920, da época das Grandes Exposições à quebra da Bolsa de Nova York, Zela transitou por inúmeros lugares, exerceu diversas profissões e conheceu pessoas notáveis, além de ter se apaixonado por muitas mulheres. Mas, mesmo séculos depois, ele continua certo de que seu verdadeiro amor foi Dominique Sauvet, uma jovem que conheceu no barco que tomou com o irmão para escapar da França. O trio se uniu para começar a nova vida na Inglaterra e Matthieu se viu totalmente encantado por Dominique. Com uma trama absolutamente instigante de amor, morte, traição, oportunidades perdidas e esperança, John Boyne já anunciava neste primeiro romance o seu talento inconfundível de exímio contador de histórias.

Ler um livro do John Boyne normalmente significa que o leitor será transportado para algum acontecimento histórico. O ladrão do tempo é o livro de estreia de John Boyne que somente agora, em 2014, foi publicado. É nele que a gente percebe a tendência do autor de usar a História para contar suas histórias.

A história

(...) Às vezes acho que fui generoso demais com os Thomas. Quem sabe se tivesse sido menos caridoso, menos disposto a erguê-los toda vez que caíam, pelo menos um deles teria passado dos vinte e cinco anos."
Página 106.

Matthieu Zéla tem uma vida super longa. Ele nasceu em 1743 e desde então tem acompanhado a história do mundo se desenrolando ao seu redor. Ele abandonou a França juntamente com seu meio-irmão, Tomas, aos 15 anos quando o padrasto fora condenado pelo terrível crime que cometera. A partir desse acontecimento, a vida dos dois muda completamente. Matthieu para de envelhecer na meia-idade e passa a ver todos os descendentes do meio-irmão, todos com uma variação do nome Tomas, morrerem em torno dos vinte anos.

Estamos no ano de 1999 e Matthieu está cansado de ver seus sobrinhos morrerem. O Tommy atual é um astro de tevê há nove anos e o vício em drogas está acabando com ele. Matthieu tentará de tudo para que Tommy viva um pouco mais que seus antecessores e para que, enfim, o ciclo termine.

Narrativa

(...) Envelhecer pode ser cruel, mas se você ainda tiver uma boa aparência e certa segurança financeira, há sempre muito para fazer.
Página 318.

A narrativa é em primeira pessoa pelo ponto de vista de Matthieu. A história é contada em três linhas de tempo diferentes. A primeira, é Matthieu em 1999, empresário em uma rede de tevê, que assumiu algumas responsabilidades após a morte de um companheiro de trabalho e que ainda está disponível para ajudar o sobrinho sempre que Tommy está em alguma enrascada. Depois, Matthieu nos conta a história de como ele conheceu Dominique, uma de suas várias esposas ao longo da vida, no barco quando saiu da França e começou uma nova vida na Inglaterra através de algumas mentiras e com algum peso na consciência. Por último e não menos importante, o narrador nos apresenta algumas passagens específicas em que ele nos conta sobre como algumas das mortes dos sobrinhos de Matthieu aconteceram e sobre outras perdas.

O ladrão do tempo pode não ser uma leitura fácil para quem não tem o costume ou não conhece a escrita de John Boyne. É uma leitura bastante densa por conta das muitas informações que precisam ser passadas para não gerar dúvidas sobre os acontecimentos históricos nos quais Matthieu está inserido. Eu não sei se todos que ali estão são reais, mas uma das partes que eu mais gostei foi o capítulo sobre a ficcionista que foi a única pessoa no mundo todo capaz de fazer com Matthieu algo que ninguém nunca conseguiu fazer.

O maior mistério do livro é, sim, explicado em torno das cem últimas páginas e eu confesso que tinha minhas suspeitas sobre essa explicação. Eu sempre tenho teorias malucas sobre os livros que eu leio e nem sempre elas se comprovam. Mas desta vez foi praticamente o que eu imaginei. Não me peçam para explicar porque é algo bem maluco.

Concluindo

Por ser o primeiro livro do autor, eu fiquei com a impressão que a escrita seria um pouco menos madura que as dos livros publicados primeiramente por aqui. Mas o livro tem toda a qualidade de O Palácio de Inverno e seus outros livros adultos e a capacidade de nos prender na leitura, como em seus livros juvenis.

(...) Aproveite tudo o que sua época oferece, estou lhe dizendo. Essa é a essência da vida.
Página 22.

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