quarta-feira, 26 de março de 2014

Resenha | Todo dia

Olá, galera! Hoje eu vou comentar sobre um livro muito bom.

Todo dia
Autor: David Levithan.
Tradução: Ana Resende.
Editora: Galera Record.
Páginas: 280.
ISBN: 9788501099518.
Classificação: 5/5.
Capítulo do Livro
Skoob

Sinopse:

Neste novo romance, David Levithan leva a criatividade a outro patamar. Seu protagonista, A, acorda todo dia em um corpo diferente. Não importa o lugar, o gênero ou a personalidade, A precisa se adaptar ao novo corpo, mesmo que só por um dia. Depois de 16 anos vivendo assim, A já aprendeu a seguir as próprias regras: nunca interferir, nem se envolver. Até que uma manhã acorda no corpo de Justin e conhece sua namorada, Rhiannon. A partir desse momento, todas as suas prioridades mudam, e, conforme se envolvem mais, lutando para se reencontrar a cada 24 horas, A e Rhiannon precisam questionar tudo em nome do amor.

Eu tenho um grande problema para escrever sobre livros que eu gosto muito, porque muitas vezes eu acredito que não consigo transmitir tudo o que eu senti durante a leitura. Outra coisa sobre mim é que eu também não sou de externar emoções durante a leitura de um livro, mas Todo dia deu umas cutucadas e em alguns momentos quase rolou.

A história
Todo dia sou uma pessoa diferente. Eu sou eu, sei que sou eu, mas também sou outra pessoa.
Página 07.

David Levithan nos apresenta um personagem misterioso. Ele é apenas conhecido como A, não tem corpo, não tem sexo. É como se fosse uma presença, que todo dia habita um corpo diferente para sentir, cheirar, experimentar a vida que compartilha naquelas vinte e quatro horas. A tem dezesseis anos e já possui suas próprias conclusões sobre o que ele de fato é. No dia 5.994, ele habita o corpo de um garoto chamado Justin que namora uma garota chamada Rhiannon. Mas Justin é intragável e A não entende muito bem o que a garota vê nele. É então que A resolve fazer daquele o melhor dia para Rhiannon, mesmo que na manhã seguinte Justin não seja o mesmo cara. E ao dar a Rhiannon o melhor dia da vida dela, A acaba descobrindo que quer vê-la novamente e, com isso, percebe que está se apaixonando por ela. Mas como amar uma pessoa se todo dia você é diferente fisicamente do que ela se lembra?

Todo dia, uma vida diferente
(...) A bondade tem a ver com quem você é, enquanto a gentileza tem a ver com o modo como quer ser visto.
Página 52.

Uma das coisas que David Levithan mostra é a importância de amar o que a pessoa é, amar o indivíduo e não a casca. E neste caso não estou falando exclusivamente de sexualidade. Ela aparece em alguns momentos do livro para fortalecer esse argumento do autor. Mas vocês sabem que aquela velha história de que o corpo muda com o tempo, mas quem você é por dentro permanece é a mais pura verdade.

A quer amar e por isso que ele luta constantemente para estar perto de Rhiannon, mesmo que às vezes precise ser um pouquinho egoísta com a vida do corpo em que habita. Isso gera alguns momentos engraçados, como quando o metaleiro foge de casa para não ter que ir ao Havaí. A também gostaria de interferir na vida das pessoas e ajudá-las a enxergar o presente que é ter um corpo e uma existência palpável. E é aqui que mais mexeu comigo, principalmente quando conhecemos Kelsea Cook e A lhe dá o maior presente que um filho e um pai podem dar um ao outro: abertura para diálogo.

Rhiannon tem um crescimento bem bacana. Ela começa o livro dando a entender que é uma garota um tanto servil ao namorado, mas mesmo nesse primeiro melhor dia de sua vida ao lado de Justin percebemos o quanto ela é uma pessoa boa por querer ver o melhor nas outras pessoas. 

Narrativa

A narrativa em primeira pessoa me agradou muito. A nos pega logo nas primeiras linhas e nos acorda para o fato de sermos diferentes e os mesmos sempre. E quando a gente termina de ler, ainda sentimos que vamos carregar esse história por mais tempo. Como se o próprio A despertasse em nós e pedisse um dia da gente emprestado.

A revisão está muitíssimo bem feita. As páginas são off-white - quase pólen/amarelada - e a fonte tem um ótimo tamanho para leitura. A capa é muito bonita em mãos. Cada capítulo representa um dia na vida de A num corpo diferente. E o que mais me agradou em relação a isso, além de David Levithan saber apresentar novos personagens sem deixar a história se perder, é que não ficou cansativo. Flui muito bem.

Concluindo 

Todo dia é livro curto, mas com tantas mensagens boas e importantes que uma simples resenha não é capaz de passar tudo. Ele também pode ser apenas lido por quem procura uma leitura agradável, mas prometo que alguma coisa vai mudar enquanto a leitura for progredindo.

(...) Estou aprendendo que uma vida não é real até alguém mais conhecer sua realidade. E quero que minha vida seja real.
Página 80.
Compre o livro
.
Image Hosted by ImageShack.us
Image Hosted by ImageShack.us
Image Hosted by ImageShack.us