segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Resenha | Nosferatu

Nosferatu
Autor: Joe Hill.
Tradução: Fernanda Abreu.
Editora: Arqueiro.
Páginas: 624.
ISBN: 9788580412970.
Classificação:
Capítulo do Livro
Skoob

Sinopse:

Victoria McQueen tem um misterioso dom: por meio de uma ponte no bosque perto de sua casa, ela consegue chegar de bicicleta a qualquer lugar no mundo e encontrar coisas perdidas. Vic mantém segredo sobre essa sua estranha capacidade, pois sabe que ninguém acreditaria. Ela própria não entende muito bem. Charles Talent Manx também tem um dom especial. Seu Rolls-Royce lhe permite levar crianças para passear por vias ocultas que conduzem a um tenebroso parque de diversões: a Terra do Natal. A viagem pela autoestrada da perversa imaginação de Charlie transforma seus preciosos passageiros, deixando-os tão aterrorizantes quanto seu aparente benfeitor. E chega então o dia em que Vic sai atrás de encrenca... e acaba encontrando Charlie. Mas isso faz muito tempo e Vic, a única criança que já conseguiu escapar, agora é uma adulta que tenta desesperadamente esquecer o que passou. Porém, Charlie Manx só vai descansar quando tiver conseguido se vingar. E ele está atrás de algo muito especial para Vic. Perturbador, fascinante e repleto de reviravoltas carregadas de emoção, a obra-prima fantasmagórica e cruelmente brincalhona de Hill é uma viagem alucinante ao mundo do terror.

Quando a editora Arqueiro anunciou o lançamento de Nosferatu, eu imediatamente me lembrei do meu primeiro contato com o autor Joe Hill, há alguns anos, com A estrada da noite. Eu não sei o porquê de não ter terminado de lê-lo. De lá para cá, eu não li mais nada de Hill, mas li um livro do pai dele que eu curti muito e isso foi o que mais me motivou a ler Nosferatu.

Afinal, se você é filho de Stephen King a gente acaba esperando que um livro seu seja no mínimo bem escrito. Nosferatu é maravilhosamente bem escrito.

A história começa com o psicopata e sequestrador de crianças Charlie Manx acordando do coma em um hospital. Não sabemos exatamente como ele chegou ali e isso só vamos descobrir em torno da página 205. Mas até lá vamos fazer uma viagem ao passado e conhecer Victoria McQueen, uma garota de 8 anos que, durante uma discussão dos pais, sai de casa acompanhada por sua bicicleta e descobre uma passagem misteriosa numa ponte abandonada que a leva aonde ela quiser, normalmente para locais em que coisas perdidas podem ser encontradas.

O que você daria para passar a vida inteira em um lugar onde todas as manhãs fossem de Natal?
Página 48.

Paralelamente, conhecemos Bing Partridge que, ao enviar uma ficha de emprego para uma tal Terra do Natal, recebe a visita de Charlie Manx em seu Rolls-Royce Wraith, com a curiosa placa NOS4A2. Charlie lhe apresenta uma proposta para aceitá-lo na misteriosa Terra do Natal. E sem pensar muito, Bing aceita.

Os caminhos de Charlie e Victoria, porém, se cruzarão quando, alguns anos mais tarde, ela sair atrás de encrenca e acabar encontrando.

A narrativa é em terceira pessoa pelo ponto de vista de vários personagens e Joe se despe do pudor para descrever e insinuar situações que embrulham o estômago de qualquer um. Ele consegue ser bem visual, mesmo nos momentos lúdicos, como se estivéssemos assistindo a história e não lendo o que é narrado.

(...) O que é bom continua bom para sempre, por mais maltratado que seja.
Página 31.

Victoria tem um crescimento impressionante durante a narrativa, movida por um sentimento único e forte de proteção. Porque ela tem tudo indo contra ela e arruma força e determinação para dar mais uma partida e cruzar a ponte pelo menos outra vez. Manx, por sua vez, nos faz questionar muito mais do que a sua sanidade mental. Somos levados a acreditar em alguns motivos que o fazem levar as crianças para, depois, sermos surpreendidos por outra coisa.

A Arqueiro caprichou na edição, com imagens recheando as divisões da história. Um dos vários elementos que eu gostei foi o fato de ter uma passagem de tempo. Conhecemos Victoria quando criança e acompanhamos sua adolescência e vida adulta. Joe também soube esticar a tensão até o último momento. Sério, acontece algo no final que deixa a gente tenso, na expectativa do que vai acontecer.

Mais que recomendado!

(...) Queria encontrar alguém capaz de explicar, de dar sentido a uma ponte que só existia quando era necessária e que sempre a levava para onde ela precisava ir.
Página 87.
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