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Autora: Tamara Ireland Stone.
Tradução: Débora Isidoro.
Editora: Rocco Jovens Leitores.
Páginas: 368.
ISBN: 9788579801976.
Classificação: 4,5/5.
Capítulo do Livro
Skoob
Sinopse:
Em O tempo entre nós, o leitor é convidado a deixar a São Francisco de 2012 junto com Bennett Cooper, um garoto de 16 anos apaixonado por música que tem o dom de viajar no tempo para assistir a shows de rock, e aterrissar em Evanston, Illinois, em 1995. É lá que ele vai conhecer uma menina de 16 anos e mergulhar numa excitante e desafiadora paixão. Livro de estreia da norte-americana Tamara Ireland, O tempo entre nós é uma emocionante história de amor protagonizada por dois jovens que vivem em cidades e épocas distintas. Com uma trama romântica embalada a muito rock n’roll e viagem no tempo, o livro já foi traduzido para mais de 10 idiomas.
Eu sabia muito pouco sobre a história de O tempo entre nós, porque eu não gosto muito de me aprofundar quando tenho interesse em ler um determinado livro - às vezes, passo os olhos por alto nas sinopses. Eu sabia que a história narra o improvável relacionamento de dois jovens que vivem em épocas diferentes, mas não sabia como isso era contado.
Um dia, enquanto está fazendo sua corrida matinal de costume, Anna nota um garoto sentado numa arquibancada claramente a observando. Quando resolve se aproximar dele, ele desaparece misteriosamente sem deixar pegada em lugar algum na neve. Só a impressão do lugar em que ele esteve sentado comprova que ele não foi apenas uma ilusão. Quando vai à escola ainda naquele dia, levada por sua melhor amiga Emma, Anna se surpreende ao ver que o aluno novato é o mesmo garoto que a observara mais cedo. Mas, estranhamente, quando conversam, ele não dá sinais de reconhecê-la.
Não sei por quanto tempo minha expressão fica congelada desse jeito, mas, assim que percebo que ele me viu, um rubor sobe por meu pescoço e para o rosto, e sinto que faço a única coisa que posso àquela altura: sorrio. E espero pela retribuição, não com qualquer sorriso, mas com aquele sorriso. O da pista de corrida. O sorriso cheio de afeto, reconhecimento e... interesse. Mas a expressão dele não sugere nada disso. Seu sorriso é contido, quase tímido. O tipo de sorriso que se oferece a um completo estranho.
Página 31.
Somente quando Anna diz como se chama que Bennett demonstra algum sinal de reconhecimento, embora seja veemente ao afirmar que não era possível ser ele na arquibancada a observando. Anna não acredita de fato que não era ele, e a presença do garoto no seu dia a dia se torna maior e mais misteriosa até que ele lhe conta uma parte de toda a verdade. A inacreditável história de que ele vem de um tempo a dezesseis anos no futuro.
Eu não posso dizer que o livro me trouxe bastante nostalgia, porque em 1995 eu tinha 7 ou 8 anos, dependendo do semestre. As páginas são carregadas de elementos culturais da época, como cantores e bandas que surgiram naqueles anos e outros momentos históricos. Tamara conseguiu criar o clima que me faz recordar daqueles anos 90 em que as coisas não eram tão apressadas como o são hoje. Em que dávamos muito mais valor às pessoas.
O elemento da viagem no tempo parece mais confuso do que de fato o é. Eu curti muito que ela criou um limite pra até onde alguém pode ir ao passado ou futuro. E em como pequenas interferências podem gerar grandes mudanças com mesma força que decisões precipitadas levadas pela emoção e medo da perda.
A narrativa é em primeira pessoa pelo ponto de vista de Anna. Ela consegue nos inserir os anos 90 sem deixar a fluência da narrativa se perder em cortes pra explicar algum elemento. Anna é uma jovem romântica e sonhadora como qualquer jovem e deseja conhecer o mundo e marcar, num mapa, todos os locais que visitou. Com Bennett, ela consegue realizar algumas viagens.
O final do livro responde várias perguntas, inclusive revela a verdade sobre quem observava Anna na arquibancada.
Eu terminei a leitura com um gostinho de quero mais. Adoro livros que abordam uma época em que eu vivi quando garoto e adolescente, mesmo que a história seja sobre jovens de outras realidades. Neste caso, a americana. Recomendo muito pra quem curte uma leitura despretensiosa e saudosista.
Bennett consegue desaparecer. E reaparecer. E pode fazer outras pessoas desaparecerem e reaparecerem. Ele tem um talento secreto, eu sou a única que sabe sobre isso, é hoje ele vai me contar tudo.
Página 111.
