quarta-feira, 6 de maio de 2015

Resenha | A Casa Assombrada

É até clichê eu começar uma resenha de livro do John Boyne dizendo que eu sou fã do autor. Não tem jeito. Sempre que eu vir um novo livro dele sendo anunciado, ficarei ansioso do mesmo jeito que fico quando anunciam um novo livro da autora de Harry Potter, J. K. Rowling. De todos os livros do autor, o único que eu ainda não li foi A coisa terrível que aconteceu com Barnaby Brocket e o único não resenhado é Noah foge de casa.

A minha expectativa em relação a A casa assombrada estava bem alta, tanto pela proposta da escrita e narrativa clássica quanto por ver John Boyne mostrando versatilidade em uma nova temática - o terror.

Eu confesso que não sou o maior leitor de clássicos que qualquer um de vocês vai conhecer. Normalmente, não vou escolher um para me distrair quando estiver com a cabeça pensando em outras coisas. Mas há algo neles que me atrai, principalmente nos de língua estrangeira. Eu já li, por exemplo, Um conto de Natal, de Dickens O Jardim Secreto, de Frances Burnett, e adorei os livros! "Casa" tem essa pegada clássica de nos contar uma história para transmitir uma mensagem maior - dê valor às pessoas e ao tempo, fomente de coisas boas seu interior para que ele floresça, como nos livros citados. Nesse aspecto, o livro cumpre bem o seu papel. Porém...

A minha alta expectativa fez com que eu idealizasse uma imagem diferente daquela que eu encontrei, o que me fez tirar uma estrela. O mistério e terror narrados por Boyne não foi tão misterioso e assombroso quanto eu pensei que fossem ser. Logo nas primeiras páginas, muito antes de Eliza chegar a casa onde passaria a cuidar dos irmãos, eu já sabia o que assombrava o lugar. O "como" é que eu faltava descobrir. Nesse sentido, o livro não chegou a ser surpreendente.

A sustentação é que John Boyne consegue nos guiar muito bem, mesmo nos momentos em que a narrativa, em primeira pessoa, é mais puxada e arrastada. Eliza é muito voluntariosa em sua percepção a respeito dos acontecimentos que a cercam, precisando que outros personagens literalmente joguem em sua cara o fato de ela ser obtusa - ou uma maçaneta. O leitor acaba descobrindo mais e antes mesmo que ela nos esclareça.

Aconselho não ir com muita expectativa na leitura para não terem as mesmas impressões que eu tive.

"(...) É um dos aspectos decepcionantes de ficar mais velho. Temos mais medo e, por isso, fazemos menos coisas."
Página 182.

 
Autor: John Boyne.
Tradução: Henrique de Breia e Szolnoky.
Editora: Companhia das Letras.
Páginas: 296.
ISBN: 9788535925265.
Classificação: 4/5.
Capítulo do Livro
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