terça-feira, 26 de maio de 2015

Resenha | Dois garotos se beijando

Bem, então quando comecei a ler Dois garotos se beijando eu não sabia que encontraria uma história com uma narrativa tão diferente das que a gente encontra por aí. Mas era algo que eu já deveria esperar, uma vez que David Levithan sempre busca surpreender em seus livros.


A história

Em Dois garotos se beijando, David vai narrar as trinta e duas horas de um beijo, no pátio de uma escola, que pretende não só bater um recorde mundial mas também servir como um alerta. Enquanto os meninos estão se beijando e o mundo inteiro vai tomando consciência do beijo através de uma transmissão ao vivo pela Internet, outros garotos nas proximidades da escola vão vivendo seus pequenos e grandes conflitos particulares.

(...) A liberdade não é só uma questão de votar e casar e beijar na rua, embora todas essas coisas sejam importantes. A liberdade também é uma questão do que você vai se permitir fazer.
Página 10.

Tem o garoto que acredita ter nascido no corpo errado e teme se vão compreendê-lo quando contar. Tem o garoto cujo melhor amigo está sempre em sua casa, convivendo com sua família que não diz em voz alta mas sabe quem ele é. Também tem o garoto que não vê nada de mau em ser gay, em ter suas fantasias. Exceto se sua família for extremamente preconceituosa. E tem o garoto que é discreto, acredita que não dá sinal algum de ser, e não entende o que fez pra merecer o que lhe aconteceu lá.

Os narradores

A narrativa é feita em primeira pessoa do plural no presente. A princípio causa uma certa estranheza, porque a gente não sabe quem eles são a não ser pelo fato que existiram e deixaram um legado para os jovens de hoje em dia. Os narradores não estão nas histórias dos garotos, mas compreendem a importância do beijo e entendem as atitudes que os outros tomam e gostariam de poder influenciá-los porque têm experiência.

Eles também nos contam sobre seus problemas, suas dores, as dificuldades pelas quais passaram pra que se aceitassem e os aceitassem. As drogas, as doenças. Tudo. Os narradores são humanizados.

Concluindo

David mostrou muitas facetas da vida dos garotos neste livro que podem levar muita gente, se tiverem um pouco da mente aberta, a compreender que não importa onde ou quem você seja - você não é diferente de ninguém. É alguém que vai chorar quando tocarem na sua ferida, é alguém que vai ligar o foda-se se ousarem tentar tocar na sua ferida.

(...) O amor é tão doloroso; como podemos desejar para alguém? E o amor é tão essencial; como podemos atrapalhar o progresso dele?
Página 15.


Autor: David Levithan.
Tradução: Regiane Winarski.
Editora: Galera Record.
Páginas: 224.
ISBN: 9788501102096.
Classificação: 4/5.
Capítulo do Livro
Skoob
Comprem o livro: Nobel | Submarino | Saraiva.

Image Hosted by ImageShack.us
Image Hosted by ImageShack.us